A equipe multiprofissional que compõe a UTI Neonatal do Hospital Tacchini apresentou 2 diferentes projetos desenvolvidos no setor durante a edição 2023 do Congresso Brasileiro de Perinatologia, realizado no último mês, em Florianópolis (SC). Ambos foram aprovados pela comissão científica do evento, que reuniu trabalhos científicos de todos os principais centros de pesquisa e hospitais do país.
O primeiro deles, selecionado como pôster comentado, descreveu os resultados positivos do controle de temperatura e umidade do ar durante o uso de suporte respiratório não invasivo em recém nascidos pré-termo (com gestação abaixo de 37 semanas). Quando não adequados, podem contribuir para o insucesso da terapia.
O trabalho foi apresentado em parceria com nomes consagrados da neonatologia no país e no mundo, como o Dr. Sérgio Marba, professor titular da UNICAMP, e o Dr. Guilherme Sant’Anna, professor titular da McGill University Health Center, de Montreal, no Canadá. O controle de temperatura e umidade diminuiu significativamente a incidência de sangramento nasal nos bebês (de 30% dos casos para 15% dos casos); e reduziu também a necessidade de mudança na forma de suporte não invasivo (de 14% dos casos para apenas 3%).
“Ter o respaldo de profissionais consagrados no meio é muito importante. Se não estivéssemos desenvolvendo um trabalho sério na UTI Neonatal, eles não estariam conosco e nem mesmo associariam seus nomes ao nosso projeto. Estar ao lado deles significa ter acesso às técnicas mais recentes e eficazes no tratamento de bebês prematuros”, descreve a fisioterapeuta Karina Segatto, fisioterapeuta líder das UTIs Pediátrica e Neonatal do Hospital Tacchini.
O outro projeto, selecionado como pôster virtual, demonstra os resultados da inclusão da equipe multiprofissional especializada no atendimento de sala de parto de prematuros com idade gestacional menor ou igual a 32 semanas. A participação de profissionais da neonatologia durante o nascimento do bebê diminuiu a necessidade de intubação orotraqueal (IOT) em bebês prematuros. Entre os nascidos com até 1kg, a estatística foi de 58% para 44% dos casos; já entre os que nasceram pesando entre 1kg e 1,5kg, a queda foi ainda maior: de 31% dos casos para apenas 7%.
O mesmo estudo também apontou a diminuição da necessidade de surfactante, medicamento que auxilia no desenvolvimento do pulmão do recém nascido. Entre os nascidos com até 1kg, o uso saiu de 75% para 67% dos casos; enquanto entre os que nasceram pesando entre 1kg e 1,5kg, a necessidade do remédio saiu de 69% para 57%.
“Esses são apenas 2 dos muitos projetos que temos desenvolvido na UTI Neonatal do Tacchini. Mais do que coletar dados, nossa equipe está empenhada em realizar uma análise detalhada de cada indicador e, dessa forma, melhorar de forma consistente e contínua o atendimento dos bebês nascidos na instituição”, avalia a Dra. Simone Caldeira Silva, Coordenadora Médica das UTIs Pediátrica e Neonatal do Hospital Tacchini.